sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Telexfree: até parente do dono quer dinheiro de volta


Duas ações judiciais contra a Telexfree poderiam ser só mais algumas em meio às centenas que apareceram na Justiça dos Estados, após o bloqueio às atividades da empresa, acusada de ser uma pirâmide financeira.
Site/TelexfreeUma curiosidade é que primo e tia de Carlos Nataniel Wanzeler, um dos sócios da companhia, procuraram o Judiciário porque se dizem lesados por um negócio ilegal. Eles querem de volta os R$ 14 mil que, juntos, investiram na empresa.

Os dois, que moram em Vila Velha, pediram para não serem identificados por conta do vínculo familiar que têm com o empresário, que também é capixaba.

O advogado deles, Alexey Campagnaro Lucena, garantiu que a dupla é mesmo parente de primeiro grau de Carlos Wanzeler. “São da mesma família, mas não têm contato com o dono. Ele construiu a vida nos Estados Unidos. Se fossem próximos, poderiam até estar no topo da pirâmide, o que não aconteceu. A diferença social e econômica entre eles é gritante”, afirma o advogado.

O primo de Wanzeler se tornou associado da empresa, que tem sede em Vitória, em abril.

A tia de Wanzeler entrou 15 dias antes de a Justiça do Acre determinar a suspensão dos pagamentos, de novas adesões e o bloqueio dos bens da empresa e de seus sócios.

Com o congelamento do dinheiro, os familiares do dono da Telexfree não conseguiram ter nenhum retorno financeiro desde o dia em que entraram no negócio.

Somando-se investimento e rendimentos no período, o primo de Wanzeler quer reaver cerca de R$ 11 mil. A tia, R$ 3,3 mil. Os processos podem ser consultados no site do Tribunal de Justiça do Estado (TJES).

Na ação, eles pedem para que a Justiça bloqueie os valores e os deposite numa conta judicial. Com isso, acreditam que terão preferência no ressarcimento das quantias, caso a Justiça decida acolher o pedido do Ministério Público do Acre (MPAC) e extinguir a Telexfree. Eles também pedem uma indenização por danos morais.
“Foram colocados outros na rede que ficam cobrando dos meus clientes como se eles fossem culpados pelas ilegalidades. Além disso, o investimento provocou brincadeiras irônicas contra eles, já que perderam quantias significativas”, diz Lucena.

O advogado acrescenta que seus clientes hoje têm certeza que a Telexfree é uma pirâmide financeira. “Eles entraram porque foram seduzidos. Agora, no entanto, eles sabem que o negócio não é legal”.

Procurado para se manifestar sobre as duas ações, o advogado da empresa, Wilson Furtado Roberto, primeiramente, negou que houvesse alguma relação de parentesco entre os citados.

Minutos depois, informou ter recebido uma ligação de Carlos Wanzeler na qual o empresário contou ter se lembrado dos parentes. De acordo com Furtado, Wanzeler vive há muito tempo nos Estados Unidos e não tem contato com a tia há 26 anos.

Recurso

O recurso da Telexfree contra o bloqueio das suas atividades será analisado pelo Tribunal de Justiça do Acre no próximo dia 12.

O processo, que está em segunda instância, corre, agora, em segredo de Justiça. Três desembargadores vão decidir se derrubam ou não o bloqueio imposto pela juíza Thaís Khalil à empresa em 18 de junho.

O agendamento da apreciação do recurso deixou um milhão de divulgadores da Telexfree confiantes. Eles sonham com o retorno da empresa.

Outra pirâmide é bloqueada pela Justiça

Depois da Telexfree e da BBom, é a vez da Blackdever ser bloqueada. A empresa não é tão famosa como as outras duas companhias, porém, já figurava como a nova promessa do marketing multinível no país.

A empresa, que estava no alvo da força-tarefa formada por promotores e procuradores para combater pirâmides financeiras, teve sua funcionalidade paralisada depois de ser notificada pelo Ministério Público de Minas Gerais.

A equipe de combate a esquemas Ponzi investiga mais de 30 empresas do setor de marketing multinível suspeitas de fraude e de crime contra a economia popular.

Em seu site, a Blackdever disse que o bloqueio foi acatado pela empresa depois de receber uma recomendação do Ministério Público de Minas Gerais.

A informação ainda não foi confirmada pela Promotoria de Defesa do Consumidor desse Estado nem pela Associação dos Ministérios Públicos do Consumidor (MPCON).

A Blackdever afirma ter mais de 33 mil pessoas cadastradas. A empresa nasceu na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, em abril de 2013.

O negócio que ela oferece não é bem claro, porém, a companhia afirma que dispõe de diversas vantagens exclusivas para pessoas que se tornarem associadas. A empresa oferece uma espécie de cartão onde o usuário acumula pontos para trocar por produtos.

Na internet, a Blackdever se autodenomina de “banco milionário” e promete retorno financeiro rápido e com um alto percentual. Além do acumulo de pontos, a empresa afirma ter uma loja virtual que dá aos seus usuários descontos de até 70% no valor das compras.
Fonte: A Gazeta

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