O segundo júri de policiais militares da Rota (tropa de elite da PM) acusados de participação no "massacre do Carandiru", em 2 de outubro de 1992, entra nesta sexta-feira (2) na reta final. Por volta de 10h30, acusação e defesa começaram os debates, nos quais apresentarão aos jurados a tese pela qual tentarão, respectivamente, condenar e absolver os réus. A sentença deve ser lida na madrugada de sábado (3).
Segundo o Tribunal de Justiça, Ministério Público e a defesa terão três horas para debater, cada um. Caso queiram, as partes terão ainda duas horas de réplica e tréplica cada. Se todo o tempo for utilizado, portanto, serão 10 horas de debates.
Após essa etapa, os jurados se reúnem em sessão secreta para votar os quesitos definidos pelo juiz a partir da denúncia. Se condenados, os PMs poderão pegar até 876 anos de reclusão--equivalentes à pena mínima de 12 anos para homicídio doloso (com intenção de matar) multiplicada pelo número de vítimas, 73.
Neste segundo júri, são julgados 25 PMs pela morte de 73 presos que estavam no terceiro pavimento da antiga Casa de Detenção. As mortes equivalem a quase 70% das 111 registradas no massacre ocorrido no pavilhão 9, no qual quatro pavimentos foram alvos de ação policial frente a uma suposta rebelião dos internos.
A denúncia inicial do MP havia sido feita contra 30 policiais da Rota. Desses, no entanto, um está com o processo suspenso, por alegação de insanidade mental, e quatro morreram.
A exemplo do primeiro julgamento, os PMs do segundo júri também foram julgados na condição de réus soltos. Assim, caso os jurados os condenem --ao todos, são sete homens --, poderão recorrer da pena em liberdade.
0 comentários:
Postar um comentário