O consumo de lingeries no Brasil cresceu quase 40% de 2008 para 2012 —
passando de R$ 3,6 bilhões para R$ 5 bilhões, segundo dados
do Instituto de Estudos e Marketing Industrial. Para 2013, a previsão é
de uma expansão de 8%, mesmo com o fraco crescimento econômico do País.
Diante deste cenário positivo, com mulheres gastando cada
vez mais com moda íntima, grandes redes viram nas franquias um modelo
ideal para ter contato direto com a consumidora, sem intermediários, e
expandir suas lojas pelo País. Esse é o caso da Puket, Hope, Darling,
Jogê e Outlet Lingerie.
O investimento inicial para este tipo de negócio é a
partir de R$ 180 mil e o retorno financeiro vem em aproximadamente 24
meses (veja mais detalhes na galeria abaixo).
No entanto, as empresas fazem algumas restrições na hora
de escolher os empreendedores que farão parte da sua rede. De acordo com
as franquias, a prioridade em "99%" dos casos é ter mulheres no comando
dos negócios.
Na Jogê, ter uma mulher como sócia ou gerente é requisito
fundamental para o negócio. “Queremos a franqueada trabalhando na loja,
em contato direto com as clientes”, ressalta Vanessa Lacerda Miller,
gerente de franquias.
Segundo a executiva, os itens mais vendidos na
loja são calcinhas e sutiãs, o que reforça a teoria de que ter uma
mulher no comando é fundamental para o sucesso da franquia.
A linha básica (calcinhas e sutiãs) representa 24% do total
de produtos comercializados pela Outlet Lingerie. A franquia, que
triplicou o número de unidades em 2012, passando de 13 para 39, pretende
fechar o ano com 80 lojas, principalmente em pontos de rua.
“Buscamos franqueadas mulheres porque elas
entendem mais do assunto lingerie e são mais dedicadas ao que fazem”,
afirma Maurício Michelotto, presidente da rede.
A Puket segue a mesma linha. No entanto, a
preferência é por jovens empresárias com experiência em gestão de
pessoas. “O maior desafio da empresa é motivar os funcionários para que
eles trabalhem melhor porque o mercado em si já está aquecido”, destaca
Liliana Martins, gerente de expansão da marca.
A rede possui 85 franquias no Brasil e planeja chegar a
120 até o final deste ano, após um 2012 fraco com apenas 12
inaugurações. Neste ano, a marca —conhecida como “happy wear” (roupas
alegres) — também entrará no segmento de moda praia.
Expansão da marca
Desde 2005 no mercado de franchising, a Hope também está
em busca de jovens empreendedoras para expandir a marca pelo País. Os
homens não estão vetados, mas também não são preferência da rede.
“Estamos buscando o público feminino pela familiaridade
com o produto e experiência com o tipo de negócio. Temos franqueados
homens, mas são bem poucos”, destaca Fabio Figueiredo, diretor de
franquias da Hope.
A marca, que possui 108 lojas no País, cresceu 12% em 2012 e pretende manter a mesma taxa de expansão neste ano.
Gostar de lingerie é o principal mandamento para ser um
franqueado da Darling. Isso independentemente do sexo. O que diferencia a
mulher do homem é a maior facilidade com que ela “entende e se apaixona
pelos produtos”, segundo Davis Masijah, sócio-proprietário da empresa.
A marca, que tem dez lojas próprias e quatro franquias,
deve abrir mais sete unidades ainda este ano e busca novos
empreendedores pelo País. O valor médio das compras é de R$ 190.
Vendedoras
Na avaliação de Claudia Bittencourt, sócia de consultoria
que leva seu sobrenome, nada impede que uma loja de lingerie tenha um
homem como empresário, contanto que o relacionamento com os clientes
seja feito por mulheres.
"As clientes se sentem mais confortáveis sendo atendidas
por vendedoras. O sucesso de um negócio como um todo, no entanto,
independe do sexo do proprietário", argumenta a consultora.
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