'Essa atitude não foi transparente', afirmou o Secretário de Segurança sobre a atitude do coronel Erir Ribeiro de relevar punições disciplinares
Rio - O secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame,
declarou na manhã deste domingo, durante coletiva de imprensa no 15º BPM
(Duque de Caxias), que a decisão do comandante-geral da PM, coronel
Erir Ribeiro da Costa Filho, de anistiar policiais que cometeram delitos
de “menor potencial ofensivo” desde 4 de outubro 2011 pode ser
revogada.
“Eu não gostei da maneira como foi
apresentado. Vou cobrar esclarecimentos dele, porque precisamos explicar
melhor para a sociedade o que são esses pequenos delitos. A polícia
deve trabalhar com transparência”, disse Beltrame. O secretário de
Segurança afirmou também que não sabia da decisão, e que foi pego de
surpresa.
A PM havia informado no sábado, em nota, que a anistia dada
pelo comandante-geral da corporação abrange os policiais que tiveram
punição administrativa, aplicada em casos de atraso, faltas ou ausências
não justificadas.
FICHAS
De acordo com a corregedoria da Polícia Militar, a
decisão do coronel Erir livra os policiais das penas, mas suas fichas
continuam com as infrações registradas. Para retirar as anotações, é
necessário entrar com recurso e ter o seu deferimento.
Diante da repercussão em torno da
anistia, integrantes da cúpula da PM já cogitam a queda do
comandante-geral. Questionado sobre a possível exoneração do coronel
Erir, Beltrame disse que primeiro vai cobrar esclarecimentos dele para
poder explicar melhor a sociedade em que circunstâncias essa decisão foi
tomada, mas que não faria nenhum “juízo de valor”.
A decisão foi publicada no Boletim
Reservado do dia 1º de agosto, e os policiais que estavam detidos podem
retornar às ruas. A PM não informou o número de militares beneficiados. A
anistia não limpa as fichas funcionais de cada militar, o que impede
promoções na carreira, onde conduta exemplar é um dos pré-requisitos.
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